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.: Os primeiros anos :.

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|||Osvaldo Raphael Santiago nasceu a 24 de Outubro de 1914 em Apiaí, SP. Filho de Isidoro Alfeu Santiago e de Isabel Pontes Santiago, casal de família tradicional dessa pequenina e florescente cidade situada na região do Alto Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo.

|||Foi ali que Osvaldo passou sua infância de menino do interior, ao lado dos irmãos Eliziário, Maria Aparecida, Aristeu e Ondina.

|||Um triste acontecimento, porém, atinge o lar da família Santiago nos idos de 1921. D. Isabel falece e o duro golpe não foi capaz de produzir maiores conseqüências porquanto mais adiante o Sr. Isidoro contrairia núpcias com Geni Teixeira Santiago, moça extremosa que no melhor de seu amor e dedicação soube suprir a lacuna deixada pelo falecimento de D. Isabel, não só cuidando de Osvaldo e seus irmãos, como também lhes presenteando com novos irmãos, filhos que teve com o Sr. Isidoro, a saber, Zilda, Olga, Leonice, Sinésio e Fernando.

|||Apiaí também foi a cidade onde Osvaldo adquiriu as primeiras letras, concluindo seus estudos com brilhantismo no grupo escolar local sob a cátedra da emérita professora Antonia Baptista Calazans Luz. Sua maior aptidão, porém, ele a demonstrou muito cedo, qual fosse, o gosto pela direção de veículos motorizados, profissão que dali a alguns anos Osvaldo faria longa, profícua e honrosa carreira.

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.: Horizontes em tormenta :.

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|||Os anos passam e chegamos ao dia 24 de Outubro de 1930, data na qual Getúlio Vargas atinge o poder por intermédio de golpe de estado apoiado por Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. Com esse golpe, Getúlio derruba Washington Luís da chefia do Poder Executivo e impede o itapetiningano Júlio Prestes de Albuquerque de assumir a presidência do Brasil, encerrando com isso período de nossa história conhecido como República Velha.

|||No entanto, não estava toda a sociedade brasileira satisfeita com os rumos que a revolução de 1930 e o governo provisório de Getúlio Vargas haviam estabelecido para o país. Entre os descontentes estava o Estado de São Paulo, fosse pelas políticas demasiadamente centralizadoras promovidas por Getúlio, fosse pela nomeação de interventores federais contrários à mentalidade e aos interesses paulistas. 

|||Com efeito, São Paulo exigia o fim da ditadura do governo provisório e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil.

|||Em resposta a irredutibilidade de Vargas, São Paulo deflagra o que veio a se tornar o maior movimento cívico de sua história, a Revolução Constitucionalista de 1932, cuja movimentação armada teve por estopim a morte dos jovens paulistanos Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade a 23 de Maio daquele ano.

|||A 9 de Julho de 1932 inicia-se a Revolução Constitucionalista e os municípios do Estado de São Paulo se dão as mãos para os esforços que a guerra ser travada nos próximos meses iria demandar.

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.: Paulistas, Às Armas! :.

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|||Na pacata Apiaí daqueles idos chegam notícias e avisos ininterruptos de que voluntários são cada vez mais necessários para a formação de batalhões com destino às lides revolucionárias.

|||O jovem Osvaldo, com seus dezessete anos de idade recentemente completos, ao ver amigos, parentes e conhecidos se alistarem na Força Pública do Estado de São Paulo – então arvorada à condição de Exército Constitucionalista – sentiu pulsar forte no seu coração adolescente a aspiração de seguir o exemplo deles todos e honrar Apiaí e São Paulo no tomar das armas.

|||Como esse ideal em mente, ele se alista e integra como soldado contingente de voluntários apiaienses com destino aos batalhões em formação na cidade de Itapetininga, SP.

|||Um tio de Osvaldo que nesta cidade residia e servia no 8º Batalhão de Caçadores Paulistas, o então 1º tenente José Feliciano Martins, bem conhecia a vivacidade atilada do sobrinho, houve então por bem sugerir ao comando do batalhão que ele fosse transferido da companhia que ficaria vinculado para o almoxarifado do Quartel-General do Exército Constitucionalista do Setor Sul em Itapetininga, sob o comando do coronel Brasílio Taborda.

|||Tal decisão foi tomada pelo fato de que Osvaldo era de menor e, por conseguinte, não poderia tomar de armas e entrar em combate

|||Não obstante, o tenente Feliciano percebeu que a prestatividade e dedicação incontestes do sobrinho poderiam ser grande valia à causa revolucionária, porquanto na condição de ajudante de almoxarifado Osvaldo ficaria responsável pela manutenção e transporte de armamento e munição para os companheiros que lutavam no front

|||E assim foi feito. Da eclosão do movimento em Julho de 1932 até o seu término em 2 de outubro daquele ano, o jovem Osvaldo esteve junto de seus companheiros por São Paulo, vivenciando as mesmas dúvidas, angústias, alegrias e tristezas que as notícias vindas do front, fossem vitórias ou derrotas, faziam vibrar as linhas telegráficas do Quartel-General de Itapetininga

|||No Instituto Imaculada Conceição, dirigido pelas freiras beneditinas que residiam nessa cidade, Osvaldo inúmeras vezes acompanhou combatentes feridos em busca de cuidados médicos naquele educandário transformado em hospital de campanha a 22 de Agosto. Dessa data até o final da revolução, 840 soldados chegaram a ser atendidos, tratados e medicados ali pelas caridosas freiras e moças voluntárias

|||A participação de Osvaldo na revolução o possibilitou conhecer as demais frentes de combate, ao ser destacado para supri-las com armamento e munição nos municípios de Guapiara, Buri e Capão Bonito.

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|||Foi numa dessas incursões que ele conheceu os bravos que defendiam as trincheiras constitucionalistas no Rio das Almas, em Buri.

|||Naquela praça de guerra quase inexpugnável, nas sangrentas jornadas de 17 e 18 de Setembro, o soldado paulista soube demonstrar toda a sua garra e inexcedível galhardia, resistindo com granadas de mão e por fim até a última baioneta calada contra o avanço da infantaria do General Valdomiro Castilho de Lima, que só conseguiu tomar o reduto revolucionário após ataque de pesada artilharia

|||Perante todas essas experiências de guerra, o adolescente Osvaldo muito rápido teve de amadurecer como homem emocionalmente forte o bastante para lidar com os horrores advindos da realidade dos campos de batalha e do triste morticínio que ambos os lados da contenda se expunham diariamente

|||Quem saberá por certo dizer quantas vezes ele no seu coração de menino não encerrou duras lágrimas por algum amigo ou conhecido de Apiaí mesmo, que soube ter tombado em combate ou presenciou falecer no hospital de campanha em prol da revolução?

|||A historiografia certamente nunca será completa o suficiente para resgatar todas essas memórias de fortes impressões que ficaram registradas no coração e na memória de soldados como Osvaldo, testemunhas incontestes de verdadeiros sacrifícios realizados pelos nossos heróis paulistas de 32.

Foto: Osvaldo aos 17 anos (1932). Fonte: Arquivo Família Santiago

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.: De volta para casa :.

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|||Com o cessar das hostilidades em 2 de Outubro de 1932, Osvaldo e demais companheiros sobreviventes foram desligados do Exército Revolucionário que dissolvido fora com a assinatura dos termos da rendição do Estado de São Paulo.

|||A pouco mais de quinze dias de completar dezoito anos, Osvaldo retorna ao seio de sua família em Apiaí, agora não mais como o adolescente imberbe, mas como Ex-Combatente do último grande conflito armado ocorrido no Brasil

|||Uma vez no recesso de seu lar, cercado dos carinhos dos pais e dos irmãos, ele rapidamente se reintegra aos afazeres da vida, buscando deixar para trás os horrores da guerra e dedicar-se com afinco na busca de caminhos para a sua realização profissional.

|||Nesse período ele trabalhava na prefeitura de Apiaí, quando em 1934, aos vinte anos, ele tira a sua carteira nacional de habilitação, dando início, assim, a carreira de motorista profissional que abraçaria para os próximos setenta anos de sua vida.

|||Mas um comunicado Osvaldo recebe com o final do ano de 1936. Por não ter podido prestar o serviço militar por ocasião da revolução de 32, Osvaldo é convocado para servir o Exército Brasileiro. Ele então aceita a convocação, submete-se aos exames médicos e é classificado para servir no 5º Batalhão de Infantaria, organização militar sediada na aprazível capital de Santa Catarina, Florianópolis.

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|||Aos 23 anos, Osvaldo, agora Soldado 620 Raphael, jura a bandeira nacional a sete de setembro de 1937 e no período que serviu o Exército Brasileiro exerceu ele as funções de motorista de viaturas militares do Batalhão, sempre se destacando pelo preparo físico esmerado, a conduta exemplar e o cabal cumprimento das missões às quais era confiado.

|||Tais atributos acabaram por lhe render a admiração de seus pares e a elevada estima de seus superiores, possibilitando com que ele fosse indicado para dar baixa na primeira turma de reservistas de 1938 e assim retornar à Apiaí naquele mesmo ano.

|||Mas a Apiaí que Osvaldo deixara ao seguir para o Exército não era mais a mesma que ele encontrou em 1938. De fato, o município se encontrava em franco desenvolvimento com a extração de minérios tais como ouro, chumbo e cobre no Parque Natural do Morro do Ouro e Osvaldo ali encontraria oportunidades que definiriam novos rumos em sua vida.

Foto: soldado Raphael (1937). Fonte: Arquivo Família Santiago

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.: Caminhos do Destino :.

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|||Com efeito, de 1938 a 1942, Osvaldo se encontrava empregado no referido parque como motorista responsável pelo transporte do minério de ouro para a capital do estado. As incontáveis viagens que ele empreendeu de Apiaí para São Paulo atestaram o grau de confiança e o profissionalismo dos serviços que ele prestou ao parque enquanto lá esteve.

|||Se a vida profissional lhe trazia oportunidades de crescimento, não deixou Osvaldo de zelar pelo mesmo coração outrora marcado pelas fortes lembranças da revolução de 32.

|||Então homem feito na sobriedade de seus 27 anos vida em 1941, encontrou Osvaldo ao final desse ano o amor de sua vida. E isso aconteceu de forma inesperada, mas precisamente em uma festa de casamento de uma prima daquela que viria a ser sua prestimosa e dedicada esposa até os dias de hoje.

|||Sua graça, Augusta Campos, moça nascida em Morro Agudo, também residente em Apiaí e que não soube esconder a forte admiração que sentiu ao trocar olhares com Osvaldo, gentil mancebo que soube lhe conquistar o coração e a 22 de Abril do ano seguinte trocar com ela alianças no enlace matrimonial realizado naquela data na Igreja de Santo Antonio de Apiaí.

|||De 1942 a dezembro de 1951, Osvaldo continua exercendo a profissão de motorista, agora sob novo vínculo empregatício e responsável pelo transporte de suínos.

|||Numa feita, o saudoso Dr. Agostinho Rubim, prefeito de Apiaí naqueles idos de 1951, solicita a Osvaldo que conduzisse a São Paulo dez galinhas e duas leitoas que gostaria de presentear seu amigo pessoal e diretor do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de São Paulo (IHGSP) do estado, o Sr. Dilermando Cândido de Assis.

|||Osvaldo então segue com as galinhas e mais as leitoas para a capital, lá chegando muito antes do início do expediente da manhã. Cansado por ter viajado a noite toda, ele se senta na sala de espera do gabinete do Diretor e acaba dormindo.

|||Ao redor das nove horas, o diretor chega e se depara com Osvaldo a dormir largo sono. Ele então acorda Oswaldo, se apresenta e recebe dele a notícia do presente enviado pelo prefeito de Apiaí.

|||O sr. Dilermando, feliz pelo mimo recebido, indaga Osvaldo que oportunidades de trabalho ele gostaria de ter se pudesse escolher dentro de sua profissão de motorista. Osvaldo então responde que se a ele fosse possível escolher, ele optaria por ser motorista do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do estado de São Paulo ou da prefeitura de Apiaí ou de alguma cidade vizinha.

|||O Diretor ouve a resposta de Osvaldo e apenas sorri. Ele então se despede do jovem com um caloroso aperto de mão, desejando a ele uma segura viagem de retorno à Apiaí. Era outubro de 1951 quando esse encontro ocorreu.

|||Em fins de Janeiro de 1952, Osvaldo recebe a boa nova de que era funcionário do DER, na vaga de motorista lotado em Itapetininga, desde o início daquele mês.  Emocionado com a indicação do diretor do instituto, Osvaldo agradece a Deus pela enorme graça recebida e comunica a esposa em breve eles estavam de mudança para Itapetininga

|||Era o retorno de nosso heroí à mesma cidade que há quase 20 anos antes chegara de Apiaí, cheio de incertezas e  esperanças, para se tornar soldado da revolução de 32.

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.: De volta a Itapetininga :.

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|||A mudança da família Santiago para Itapetininga se efetivou no dia 16 de Maio de 1952. Mudaram-se Osvaldo, D. Augusta e quatro filhos do casal nascidos em Apiaí para a mesma casa na qual até hoje ocupam e na qual puderam educar os outros cinco filhos que tiveram nos anos seguintes.

|||Quanto ao seu exercício profissional no DER, Osvaldo lá permaneceu até 1987, aposentando-se como motorista após 35 anos de serviços prestados àquele importante órgão do estado

|||Ao longo de todos esses anos, Osvaldo pode exercer variado número de funções nas quais se destacaram o transporte do pagamento de funcionários e o de motorista dos diretores da 2º Divisão Regional do DER (DER.2) , como os saudosos Dr. José Sidney da Cunha e Dr. José Lúcio Santana, que muito se afeiçoaram à pessoa de Osvaldo, nas constantes viagens que realizavam com ele entre Itapetininga e São Paulo, bem como demais localidades no estado e até fora deste

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|||No transporte do pagamento dos funcionários, Antonio José Campos Santiago, filho de Osvaldo, então com oito anos em 1958, conta que acompanhou o pai nessa importante tarefa de ir buscar o pagamento dos funcionários do DER na capital – “enormes sacos cheios de dinheiro” – como ele se recorda e que ao retornar para Itapetininga, esse dinheiro todo era separado em envelopes para entrega aos funcionários nas diversas localidades sob a jurisdição dessa regional, a saber, Cananéia, Capão Bonito, Sete Barras, Pariqueraçu, Itararé, Avaré, Guapiara, Apiaí, Registro e até no litoral, em Iguape.

|||Durante os doze dias de cada mês que eram gastos para realizar esses pagamentos, o menino Antonio José ia junto de seu pai e mais o funcionário pagador a todas essas localidades e outros tantos trechos de estrada para realizarem também o pagamento de diaristas do DER. A condução que utilizavam na época era uma perua rural da qual Antonio José emociona-se ao descrever os quatro anos que acompanhou o pai nas viagens empreendidas

Foto: Osvaldo (1953). Fonte: Arquivo Família Santiago

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|||O que talvez o filho Antonio José não seria capaz de hoje descrever com a mesma precisão era que lembranças poderiam ter invadido a memória de seu pai ao transitar todos aqueles anos por alguns dos mesmos locais que como soldado revolucionário de 32 ele trilhara ao transportar munição e armamento para os companheiros que lutavam naquelas paragens, então calmas e paradisíacas, mas que outrora foram palcos de encarniçados combates

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.: Oswaldo, o "Seu Nhová" :.

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|||Com a sua aposentaria no DER em 1987, uma nova e igualmente profícua fase se iniciava na vida de Osvaldo. Motorista continuou sendo, só que agora particular, realizando viagens para a capital do estado na maioria das vezes, conduzindo médicos, familiares destes e demais pessoas que o procuravam por saberem da sua larga experiência, profissionalismo e discrição como chofer.

|||No ano seguinte, em 1988, Osvaldo atingia o ápice de outra importantíssima face de sua vida, ao completar trinta anos como membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Igreja do Rosário de Itapetininga, condição na qual se encontrava desde 1958 e que atestava também a profunda religiosidade característica de toda a sua vida, fosse nos passos que tomou, nos obstáculos que venceu e na primorosa educação propiciada aos filhos.

|||Na atividade de motorista, ele permaneceu até o ano de 1999, quando completou 85 anos de vida e 70 anos de exercício da profissão, na qual, segundo seus filhos, nunca fora multado.

|||A 4 de Abril de 2011, quando bati palmas frente à residência do Sr. Osvaldo Raphael Santiago, toda essa empolgante estória de vida que tive a oportunidade e o privilégio de aqui relatar me era desconhecida nos seus mais abrangentes detalhes.

|||Desejoso em pesquisar na cidade de Itapetininga a existência de ex-combatentes da revolução de 1932 em vida no município, a única pista que tive para tanto foi uma amiga em comum que havia trabalhado na casa do Sr. Osvaldo, o qual ela conhecia por Nhová – carinhoso apelido pelo qual ele era conhecido por todos desde os tempos de Apiaí – e que sabia ter participado de alguma guerra, por ter ouvido algo a respeito dele no recesso familiar.

|||De posse da localização da casa, lá cheguei na parte da tarde daquele dia 4, uma segunda-feira, sem certeza alguma de que talvez viesse até ser recebido, porquanto era até então pessoa estranha a família.

|||Minhas dúvidas, porém, de imediato se dissiparam. Um de seus filhos, Mário Augusto Campos Santiago me recebeu com enorme atenção e me levou a presença de sua mãe, a senhora D. Augusta, a qual desde então não poupou esforços para em tudo me ajudar na condução da entrevista com seu marido.

|||No entanto, naquela tarde não tive a oportunidade de conhecer o Seu Nhová, por estar naquela hora descansando, mas acertamos para que dali a dois dias, na quarta-feira, eu retornaria pela manhã para realizarmos a entrevista que posteriormente deu origem ao presente texto.

|||E assim foi. No dia 6 de Abril de 2011, tive o privilégio de conhecer pela primeira vez em pessoa um Ex-Combatente da revolução de 1932. Ainda que já tivesse contato com Ex-Combatentes da Segunda Guerra Mundial, não me foi possível esconder a emoção de estar na presença do Sr. Osvaldo que lá firme estava, nos seus rijos 96 anos, ouvindo minhas perguntas e resgatando com admirável lucidez fatos que remontam os últimos oitenta anos de sua formidável trajetória de vida.

|||Com a ajuda de sua esposa D. Augusta, dos filhos Antonio José e Jorge Luis, bem como de suas netas Tamise e Gabrielli, fomos todos juntos na manhã daquela quarta-feira reconstituindo os fatos aqui apresentados, nos detalhes que a impressionante memória de nosso entrevistado permitiu retratar.

|||Hoje, ao olharmos para a caminhada que o Sr. Osvaldo, ou melhor, o Seu Nhová, empreendeu ao longo da vida quase centenária, é visível os belos frutos que ele colheu das esperanças que plantou

|||Com efeito, além de ter sido agraciado com a Medalha do Cinqüentenário da Revolução de 32 pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em 9 de Julho de 1982, o Sr. Nhová recebeu em 24 de Abril de 2008 o título de Cidadão de Itapetininga pelos relevantes serviços prestados ao município. A par dessas dignas homenagens, todos os anos, o 22º Batalhão de Policia Militar do Interior, sediado em Itapetininga, concede-lhe homenagem por ocasião do aniversário da Revolução Constitucionalista em 9 de Julho.

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Foto: Homenagens recebidas do 22º Batalhão de Policia Militar (2007)

Fonte: Arquivo Família Santiago

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|||Seus maiores e mais expressivos frutos, porém, encontram-se consignados nos dez filhos que teve, quais foram, Hélio Isabel Campos Santiago, falecido em 1944; José Antonio Campos Santiago, funcionário do DER; Maria Aparecida Campos Santiago, professora aposentada; Antonio José Campos Santiago, metalúrgico aposentado e produtor rural; Maria Goreti Campos Santiago, professora; João Carlos Campos Santiago, falecido em 1971; Francisco de Paula Campos Santiago, gerente de recrutamento e seleção; Jorge Luis Campos Santiago, investigador da Polícia Civil do Estado de São Paulo; Mário Augusto Campos Santiago, funcionário da prefeitura de Itapetininga e Maria Isabel Campos Santiago, falecida em 1961.

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Foto: Sr. Osvaldo, esposa e seus filhos reunidos em 2010

Fonte: Arquivo Família Santiago

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|||Destes seus dez filhos, dezoito foram os netos e dez foram os bisnetos os quais, em até Abril de 2011, Seu Nhová teve a graça de receber e hoje são, ao lado de sua esposa D. Augusta –  cujo casamento no dia 22 daquele mês completou setenta anos – o resumo de todo o seu amor, alegria e o legado insofismável de uma vida de lutas como jovem Ex-Combatente constitucionalista, competente praça do Exército, motorista de escol, caridoso irmão do Santíssimo, dedicado esposo, excepcional pai de família e respeitado cidadão itapetiningano.

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Foto: Sr. Osvaldo Raphael Santiago - um soldado da Revolução Constitucionalista

Fontes: Arquivo Família Santiago e Jornal Cruzeiro do Sul Nº 31.646 de 10/07/2009

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|||Em 22 de outubro de 2016, o Portal Paulistas de Itapetininga teve afixada uma placa de QR CODE no túmulo do Ex-Combatente Osvaldo Rafael Santiago  contendo acesso a sua história de vida nesta página sintetizada.

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.: Inauguração de Praça :.

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|||Em 9 de Julho de 2014, a Prefeitura Municipal de Itapetininga e familiares do Ex-Combatente Osvaldo Rafael Santiago realizaram solenidade comemorativa aos 82 anos da Revolução de 1932 com a inauguração da Praça Osvaldo Raphael Santiago, discursos alusivos e homenagens diversas.

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Familiares e amigos de Osvaldo Rafael Santiago

Foto: Arquivo Família Santiago

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|||O Portal G1 noticiou a inauguração da praça "Osvaldo Rafael Santiago" destacando o significado histórico da Revolução de 1932 para Itapetininga e região.

|||A solenidade contou também com a concessão da Medalha Constitucionalista e do Diploma de Honra ao Mérito "Soldado Constitucionalista Osvaldo Rafael Santiago", este último concedido a 32 personalidades e instituições, entre elas representantes da Policia Militar do Estado de São Paulo, do Tiro de Guerra de Itapetininga, da Guarda Municipal, do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Itapetininga, do Grupo de Escoteiros Ibiraci - 43/SP, da Academia Itapetiningana de Letras e do Colégio Imaculada Conceição.

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.: Falecimento de um herói :.

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|||Em 5 de Junho de 2013, todos os que conheceram o Ex-Combatente Osvaldo Raphael Santiago, o Seu Nhová enlutaram-se ao serem informados do seu falecimento ocorrido às 23 horas desse dia que concluiu o último capítulo da vida desse insígne paulista e dedicado brasileiro. ARMAS EM FUNERAL para um Ex-Combatente de 32 itapetiningano que deixou um legado de amor, respeito e patriotismo a todos os seus descendentes e àqueles que privilegiados foram em com ele conviver.

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Osvaldo Raphael Santiago

(1914 - 2013)

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|||Seu sepultamento no Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Itapetininga ocorrido no dia seguinte foi por demais concorrido, tendo ele recebido homenagens de seus muitos familiares, amigos, admiradores, bem como de autoridades civis e militares, bem como da Sociedade Veteranos de 32-MMDC. Nota de seu falecimento foi emitida e atingiu diversas mídias, entre elas, jornal e televisão que fizeram repercutir seu triste passamento.

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.: Agradecimentos :.

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|||A entrevista realizada com o Sr. Osvaldo Raphael Santiago só foi possível graças a enorme gentileza de sua esposa D. Augusta, seus filhos e netos que conosco estiveram em nossos encontros, os quais não pouparam esforços em propiciar valiosas contribuições para que o texto ora apresentado pudesse refletir a relevância de Seu Nhová em suas vidas. A todos que participaram direta e/ou indiretamente, os nossos mais sinceros agradecimentos.

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