.: O sobrado do Coronel Fernando Prestes de
Albuquerque :. |
| |
||| |
|||No
seu livro
Heroísmo Desconhecido
(2014), o saudoso jornalista Edmundo Prestes
Nogueira (in memoriam) nos relata que por
ocasião da
Revolução de 1924,
o município de Itapetininga iniciava na praça das
Escolas e terminava na rua General Carneiro,
abrangendo em torno de 18 a 20 mil habitantes. |
|||Mas
essa pequena e briosa população estava destinada a
presenciar grandes feitos de seus cidadãos na luta
pela liberdade e pela democracia não só em 1924,
como em 1930, 1932 e posteriormente em 1945, na
Segunda Guerra Mundial. |
|||Contudo,
foi num sobrado sito naquela rua General Carneiro,
sob o número 12, que iniciava-se a odisséia de
Itapetininga em todos aqueles importantes anos para
a história de nosso Brasil. |
|| |
 |
Sobrado de nº 12 da rua General Carneiro em 1920 |
Fonte: Livro
Itapetininga antiga em fotos
(2009) |
||| |
|||| |
|||Tratava-se
da residência-sede de propriedade de terras
pertencentes ao coronel
Fernando Prestes de
Albuquerque, propriedade essa que,
segundo a historiadora Margaret Grazioli, do
Instituto Histórico Geográfico
de Itapetininga
(IHGGI), ocupava um quarteirão, da rua Sofia
Cerqueira até o final da rua General Carneiro,
compreendendo entre 1 mil e 2 mil metros quadrados,
aproximadamente. De acordo com
Margaret Grazioli, após a
Revolta da Armada
em 1893, o sobrado tornou-se o centro político de
Itapetininga, recebendo autoridades dos diversos
segmentos do governo, tanto em tempos de paz como em
guerra, tal como ocorreu na
Revolução de 1924,
quando o local se tornou sede do governo
estadual, na ocasião da assunção do coronel
Fernando Prestes à presidência do Estado de São
Paulo. |
||| |
 |
Sobrado de nº 12 da rua General Carneiro em 2011:
atual sede da DER.2. |
Fonte: Portal Paulistas de Itapetininga |
||| |
||| |
|||Por
fim, em 1931, o sobrado foi demolido e no seu lugar
foi construído nesse mesmo ano imponente prédio que
nas décadas de 30 e 40 foi ocupado por unidades
militares da Força Pública do Estado de São Paulo e
do Exército Brasileiro, vindo a se tornar, ao final
da década de 50, sede da atual 2º Divisão
Regional do
Departamento de Estradas e Rodagem, a
DER.2. |
||| |
||| |
.: Nas revoluções de 1924, 1930 e 1932 :. |
|||| |
|||Segundo
nos conta o jornalista Edmundo Prestes Nogueira
na página 34 de seu livro
Heroísmo Desconhecido
(1987), o telefone do sobrado de nº 12 "tocava
insistentemente" comunicando a adesão de amigos,
voluntários e correligionários para comporem o
Batalhão Fernando Prestes, que ao lado do
Batalhão Ataliba Leonel e de um esquadrão de
Cavalaria, formariam a legendária
COLUNA SUL
que libertou as cidades de Sorocaba, Votorantim e
finalmente a capital do Estado de São Paulo, ao
combater os revoltosos que haviam tomado aquelas
cidades nos meses de julho a agosto de 1924. |
|||| |
 |
Alguns oficiais e praças do Batalhão Fernando
Prestes |
Fonte: Livro
Itapetininga antiga em fotos
(2009) |
|| |
||| |
|||Com o
término da Revolução de 1924, veio a
Revolução de 1930
e novamente o sobrado dos Prestes se viu centro das
decisões políticas e militares de Itapetininga em
face dos acontecimentos oriundos da tomada da
presidência da República por
Getúlio Vargas. |
||| |
 |
Rua
General Carneiro em 1930. Sobrado de nº 12 (à
direita) |
Fonte: Livro
Itapetininga antiga em fotos
(2009) |
||| |
||| |
|||Não
nos foi possível precisar até o momento de
publicação desse texto quando o sobrado localizado
na rua General Carneiro nº 12 deixara de pertencer à
família Prestes e fora vendido (ou talvez doado) ao
Estado de São Paulo. |
|| |
 |
Rua
General Carneiro em 2011. Atual prédio da DR.2 no nº
196: ex-quartel (à direita) |
Fonte:
Portal Paulistas de Itapetininga |
|| |
|| |
|||Não obstante, descobrimos por intermédio da
obra
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO
(1931) dos autores
Euclides Andrade e 1º tenente Hely F. da Camara, que
o lendário casarão fora demolido e no seu lugar, agora sob o nº
196 da rua general Carneiro, vasto prédio de aquartelamento
militar, com área de comando, salão nobre, divisões
administrativas e de pessoal, alojamentos e refeitórios de
oficiais, sargento e praças, reservas de armamento, bem como
extenso pátio de formatura, além de garagem para viaturas e
baias para cavalaria fora construído pelo governo do Estado de
São Paulo para alojar o 8º Batalhão de Caçadores da Força
Pública, no exato ano de 1931. |
|||A descoberta relativa ao ano exato de
construção desse prédio constituiu para nós motivo
de grande satisfação pelo esclarecimento de suas
origens históricas, porquanto tal data encontrava-se
desconhecida até mesmo pelo atual ocupante do prédio,
a DER.2. |
|||A página de nº 124 do livro
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO
(1931) dos autores
Euclides Andrade e 1º tenente Hely F. da
Câmara, a seguir apresentada, pôs fim ao impasse
e elucidou essa dúvida que persistiu por décadas em
Itapetininga. |
|
||| |
 |
Página 124 do livro "A
Força Pública de São Paulo" (1931)
|
dos autores Euclides Andrade e 1º
tenente Hely F. da Câmara |
Fonte:
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO
(1931) |
|| |
|| |
|||Tais descobertas ocorreram graças a
intervenção do coronel PM
Luiz Eduardo Pesce de Arruda
da
Polícia Militar do Estado de
São Paulo (PMESP) e do genealogista
Afrânio Franco de Oliveira
Mello.
O primeiro por nos ter informado da existência
dessa obra e o segundo por nos a ter gentilmente
emprestado, cópia que recebeu de presente do primo
itapetiningano e emérito historiador da PMESP e da
Academia de História Militar
Terrestre do Brasil, coronel
PM reformado
Edilberto de Oliveira Melo, em 1982. |
|| |
 |
Sobreposição com fotos atuais dos locais
constantes
|
na página 124 do livro "A
Força Pública de São Paulo" (1931)
|
Fonte:
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO
(1931) e
Portal Paulistas de Itapetininga |
|| |
|| |
|||A seguir apresentamos as unidades militares
que ocuparam o prédio do DER.2. desde o ano
de 1931, quando da construção do prédio, até fins de
agosto de 2011, quando da publicação dessa pesquisa. |
|| |
|| |
.: Unidades Militares que ocuparam o atual
Prédio da DER.2 :. |
|
|
 |
.: Do 3º Batalhão de Infantaria para o 8º
Batalhão de Caçadores Paulistas :. |
(de 1931 a 11 de outubro de 1932) |
|||| |
|||Conforme
consta na página de nº 124 do livro
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO
PAULO
(1931), veio para ocupar o prédio construído
pelo governo do Estado de São Paulo, no nº 126 da
rua general Carneiro, o 8º Batalhão de Caçadores
Paulistas, unidade da
Força Pública do Estado de São
Paulo (Atualmente
PMESP) nessa
cidade destacada para garantir a segurança pública
de seus cidadãos. |
|||||| |
 |
Frente da sede do 8º Batalhão de Caçadores Paulista |
Fonte: Acervo Histórico do DER.2. |
||| |
|||||| |
|||No
entanto, pesquisas realizadas junto à obra
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) de autoria de
João Netto Caldeira apontam que não se
tratava exatamente do 8º B.C.P. que para
Itapetininga veio ocupar o recém-construído prédio,
mas sim o 3º Batalhão de Infantaria (3º BI). |
||| |
 |
Parágrafos da página 78 de
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) |
que mencionam a construção do prédio para o 3º Batalhão de
Infantaria |
Fonte: Livro
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) |
||| |
||| |
|||De fato, é o que lemos na página 78 da
referida obra, cujo trecho que apresentamos acima
nos foi gentilmente fornecido pelo professor e
historiador Mário Celso Rabelo Orsi Júnior. |
|||Diante de tais constatações e do que podemos
estudamos na obra
Resumo Histórico da Polícia
Militar
(1967), do autor coronel PM
Luiz Sebastião
Malvásio,
bem como nos boletins regimentais do 8º Batalhão
de Caçadores Paulistas (8º BCP), podemos afirmar
que encontrarmos
a última peça que faltava para elucidar o
intrincado quebra-cabeça das diferentes unidades
militares que aquarteladas ficaram no imponente
prédio da rua general Carneiro. |
|||Com efeito, segundo o que consta nas páginas
115 a 118 da obra do coronel PM Malvásio,
aprendemos que o
3º Batalhão de Infantaria
fora criado pela lei nº 776 de 28 de junho de 1901,
sob esta designação e com um efetivo de 21 oficiais
e 1.233 praças. |
|||A 3 de maio de 1927, recebe o batalhão
ordens para ocupar o recém construído prédio de
aquartelamento da Força Pública na rua general
carneiro (atual prédio do
DER.2 que construído fora pela engenharia da
Força Pública para aquele fim). Uma vez
instalada neste prédio, a unidade aqui permaneceu
até 7 de outubro de 1932, quando retirou-se para a
capital e de lá, em maio de 1941, seguiu para
Campinas, onde existe hoje sob a denominação de
8º Batalhão de Polícia Militar
do Interior, na avenida João Jorge,
nº 499. |
|||A denominação de 8º Batalhão de Caçadores
Paulistas, que tornou esse batalhão lendário nas
ações de guerra empreendidas nas barrancas de
Itararé, Rio das Almas e Paranapanema
durante a Revolução de 32, lhe foi dada a 11 de
setembro de 1931, data na qual a Força Pública do
Estado de São Paulo passou por expressiva
reformulação da organização de seus efetivos e
unidades (MALVÁSIO, 1967, p.118). |
|||Nossas
buscas nos fizeram ainda visitar o Museu da
Revolução de 32 sediado no 8º BPM/I no mês de
outubro e lá tivemos acesso à coleção de Boletins
Regimentais do então
8º B.C.P.
no qual lemos o seguinte lançamento |
||| |
BOLETIM REGIMENTAL Nº 165 de 14 de Julho
de 1929 |
Commando do Terceiro Batalhão de Infantaria da Força
Pública do Estado de são Paulo. Quartel em
Itapetininga, 14 de julho de 1929 |
||| |
Aos
catorze dias do mes de julho do anno de mil
novecentos e vinte e nove, sendo presidente da
republica o excellentissimo senhor Dr. Washighton
Luiz Pereira de Souza, Presidente do Estado, o
excellentissimo Senhor Dr. Julio Prestes de
Albuquerque, secretario de justica e segurança
publica, o excellentissimo senhor Dr. Antonio Carlos
de Salles Junior, Chefe de Policia, o
Excellentissimo Senhor Doutor Mario Bastos Cruz e o
commandante Geral da Força Publica, o
excellentissimo senhor Coronel Joviniano Brandão,
com a presença dos senhor Tenente Coronel Pedro de
Moraes Pinto, comandante do batalhão, Major Genesio
de Castro e Silva, fiscal e capitães
Juvenal Baptista Gomes, Carlos Vasconcellos, Raul
Pinto de Mello, Custodio Rodrigues de Moraes, Cicero
Bueno Brandão e tenentes Izaltino de Almeida, José
Feliciano Martins, Fredolino Ferreira Prates,
Saturnino Pereira de Souza e Aymoré França e também
as praças dessa unidade foi procedida com a
maior simplicidade a solemnidade do acto de
lançamento da pedra fundamental do quartel do
batalhão, do que se lavrou esta acta em tres vias,
sendo o original dactilografado e depois transcripto
no presente botelim e juntamente com o resumo
histórico relativo à vida do batalhão, no
periodo decorrido de oito de agosto do anno de mil
novecentos e um até o dia de hoje, jornaes do dia,
moedas de nickel e prata correntes no paiz e
um medalhão de bronze com a esphinge do presidente
da republica, encerrado no interior da referida
pedra, que foi devidamente fechada na presença de
todos pelo comando do batalhão. E por ser verdade,
lavrei este documento que vae por mim assignado e
pela oficialidade do batalhão. Eu, Custodio
Rodrigues de Moraes, capitão, o dactilographei. |
||| |
|||Esclarecidos
os fatos que caracterizaram a vinda do 8º B.C.P.
para Itapetininga, nos resta apontar a importância
histórica que esta unidade teve não só só pelos
relevantes serviços que prestou à garantia da lei e
da ordem no município, mas também pelo fato de que
fora a unidade que mais teve em suas fileiras
itapetininganos que combateram por São Paulo durante
a Revolução Constitucionalista de 32. |
|
|
|
|||Um
destes filhos de Itapetininga foi
Durvalino de Toledo, que no
8º B.C.P. assentou praça, a fim de poder continuar como
goleiro do time de futebol da unidade, nos idos de
1931. |
||| |
 |
Major João Procópio da Silva |
Comandante do 8º Batalhão de Caçadores Paulista em 1931 |
Fonte:
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO (1931) |
|| |
||| |
|||É de
se acreditar, inclusive, que jovem Durvalino
tenha sido uma das prováveis testemunhas oculares da
derrubada do casarão dos Prestes para a construção
do prédio da atual DER.2, mas essas são especulações
sadias e que poderão despertar pesquisas futuras. |
|||Outrossim,
sabemos de informações prestadas pelo casal João
Olympio de Oliveira Júnior e Teresa de Jesus
Cardoso Oliveira no livro
Memórias de Itapetininga
que publicaram em 2008, que com o início da
revolução a 9 de julho de 1932, o prédio ocupado
pelo 8º B.C.P. tornou-se aquartelamento para
centenas de voluntários que afluiam em massa para
Itapetininga e necessitavam de alojamento, instrução
e alimentação tendo em vista a formação de batalhões
que na cidade havia se iniciado no dia 12 daquele
mesmo mês. |
|| |
 |
Oficialidade do 8º Batalhão de Caçadores Paulistas em 1931 |
Fonte:
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO
(1931) |
|| |
|| |
|||No
seu livro
Vitória ou Derrota
(1936), o general de divisão Dilermando Cândido
de Assis nos relata na página 272 que as
unidades voluntárias naquele prédio formadas e
compostas de cidadãos de Itapetininga e demais
cidades da região foram o
3º Batalhão de Caçadores Voluntários (374
homens), o Batalhão Paulista de Pirassununga
(218 homens), o Batalhão Floriano Peixoto
(172 homens) e o Batalhão Felipe Camarão (250
homens). |
|||Quando
estourou a revolução, ocupava o futuro prédio do
DER.2. outro batalhão da Força Pública, a
saber, o
4º Batalhão de Caçadores Paulistas, sendo que
o 8º B.C.P. se encontrava destacado no
município de
Capão Bonito
(ASSIS, 1936, p.273). |
|| |
 |
Enfermaria do Batalhão em 1931 |
Fonte:
A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO (1931) |
||| |
|||No
primeiro combate que participaram os paulistas do
Setor Sul, ocorrido em
Itararé
nas jornadas de 17 a 18 de julho, lá
estiveram os soldados do 8º B.C.P., bem como
os cavalarianos do
1º Regimento de Cavalaria Paulista, a enfrentar
com denodo as forças legalistas advindas do Paraná. |
|| |
 |
A Enfermaria de 1931: hoje uma das repartições pertencentes ao
DER.2. |
Fonte:
Portal Paulistas de Itapetininga |
||| |
|||Na
página 117 de
Resumo
Histórico da Polícia Militar (1967), o
coronel PM
Malvásio
confirma essas informações, ao relatar que o
8º B.C.P.
enfrentou as forças legalistas nas jornadas de 17 e
18 de agosto em Capão Bonito e de 10 a 20 de
setembro, no famigerado combate do Cerrado, nas
imediações do
Rio das Almas. |
||| |
 |
Soldados do 8º B.C.P. no Combate do Cerrado
(Capão Bonito) |
Fonte:
Contribuição para a História do 8º BPM/I
... (2022) |
||| |
|||Em 9
de Julho de 2022, a
Sociedade Veteranos de 32-MMDC
prestou uma digna homenagem aos integrantes
falecidos em combate do 8º B.C.P., os
"Catorze do Oitavo", durante a Epopeia de 1932 com a
afixação de uma
placa alusiva
no
Obelisco Mausoléu ao Soldado
Constitucionalista de 1932 e a
publicação do trabalho
"Contribuição para a História
do 8º BPM/I no Setor Sul da Revolução
Constitucionalista de 1932" em PDF
acessível também em QR Code afixado junto àquela
placa no obelisco. |
|||Com
o término da revolução em 2 de outubro de 1932, o
governo do Estado de São Paulo determinou que para
Itapetininga fosse transferido o 7º Batalhão de
Caçadores Paulistas, unidade que durante a
revolução estava aquartelada em
Guapiara (ASSIS, 1936,
p.273) e que uma vez em Itapetininga ainda naquele
mesmo mês, iniciaria uma nova página de relevantes
serviços prestados à segurança pública local
enquanto sediada naquele já histórico prédio. |
|||||||| |
|
 |
.: 7º Batalhão de Caçadores Paulistas :. |
(11 de outubro de 1932 a novembro de 1935) |
|||| |
|||Destarte,
mais precisamente a 11 de outubro de 1932, o
comandante do 7º Batalhão de Caçadores Paulista
recebia do comando da Força Pública do Estado de São
Paulo as seguintes ordens publicadas no Boletim
Geral nº 237: |
||| |
"(...) Atendendo às necessidades da
manutenção da ordem pública no interior do Estado
e conforme a determinação do Senhor Chefe de
Polícia, deverão seguir no mais curto prazo
possível, os destacamentos recolhidos por ocasião da
mobilização geral. As sedes dos batalhões
destacados serão localizados nas seguintes cidades:
3º BCP - Ribeirão Preto, 4º BCP - Bauru, 5º BCP -
Taubaté, 6º BCP - Santos, 7º BCP - Itapetininga,
8º BCP - Campinas e 9º BCP na Capital (...)”
(Boletim Geral nº 237 de 11 Outubro de 1932) |
||| |
||| |
 |
Oficiais do 7º Batalhão de Caçadores Paulista em 1934 |
Fonte: Livro
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) |
||| |
|||No
curso de nossa pesquisa sobre o 7º BCP,
chegou em nossas mãos pelo Prof. Mário Celso
Rabelo Orsi Júnior
a obra
ALBUM DE ITAPETININGA, de
João Netto Caldeira, onde nas páginas 78 a 83 encontramos
esclarecedoras informações acerca dessa "briosa
unidade" como mesmo definiu o autor. |
||| |
||| |
 |
Cassino dos graduados (sargentos e cabos) do 7º BCP em
1934 |
Fonte: Livro
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) |
||| |
|||Com efeito, sobre as origens do 7º B.C.P.,
eis o que
João Netto Caldeira nos relata na página 78 (transcrito na
ortografia da época): |
||| |
|||(...) desde 16 de dezembro de 1932
tem em sua sede nesta cidade o brioso 7º Batalhão de Caçadores
da Força Pública do Estado. Unidade disciplinada, graças ao zelo
de seu digno comandante e à fiel compreensão que a garbosa
officialidade e praças têm de seus deveres militares e sociaes,
gosa de muita sympathia entre nós, estando aquartelado no
grande prédio construído para o então 3º Batalhão de Infantaria,
com frente na rua General Carneiro (...) (p. 78,
grifos nossos). |
||| |
||| |
 |
A
Banda de Música do 7º Batalhão de Caçadores em 1934 |
Fonte: Livro
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) |
||| |
 |
Graduados (anspeçadas, cabos e soldados) do 7º Batalhão de
Caçadores em 1934 |
Fonte: Livro
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) |
||| |
||| |
|| |
|||Maiores informações sobre o 7º B.C.P.
não nos foi possível levantar, mas o que se sabe na sua
plenitude é que a importância dessa unidade para a
história de Itapetininga não poderia aqui deixar de ser
ressaltada, seja pelos relevantes serviços prestados à segurança
pública de nossa cidade naqueles idos, seja pela admiração que
inspirou à população sob sua guarda, o que se pode depreender
das palavras de João Netto Caldeira, que nos conta na
página 79 que o |
(...)
O povo de Itapetininga sente-se bem com a permanência, aqui, da
sede dessa unidade da polícia estadoal, pois a população só tem
merecido o respeito e a deferencia dos valentes militares, sem
distincção de categoria (...)
(p. 79, grifos nossos). |
||||||Outrossim, as instalações de nosso histórico
prédio serviram a Força Pública Paulista até junho de 1935,
quando o
7º B.C.P.
foi transferido de Itapetininga para o município de
Sorocaba, onde atualmente existe e se encontra sob a denominação
de
7º Batalhão de Polícia Militar do Interior
(7º BPM/I). |
|
||| |
Foto.
tenente coronel Salvador de Moya, comandante do 7º BCP em
1934 |
Fonte:
Livro
ALBUM DE ITAPETININGA
(1934) |
||| |
|||| |
|| |
|| |
 |
.: 5º Batalhão de Caçadores :. |
(junho de 1935 a dezembro de 1947) |
||||| |
|||Segundo
o
Arquivo Histórico do Exército,
fotos e depoimentos da época, o 5º Batalhão de
Caçadores (atual
5º Batalhão de Infantaria Leve),
Organização Militar de Corpo de Tropa do
Exército Brasileiro, veio a ocupar o prédio
deixado pelo 7º B.C.P. em novembro de 1935 e
ali existir por pouco mais de uma década. |
||| |
 |
Frente da sede do 5º Batalhão de Caçadores do Exército
Brasileiro |
Fonte: Acervo Histórico do DER.2. |
||||| |
||||| |
|||Tratava-se
do 5º Batalhão de Caçadores do Exército
Brasileiro (5º B.C.), que segundo o
Arquivo Histórico do Exército,
originou-se do
12º Batalhão de Infantaria (1888), o qual foi
transferido sob a denominação de 5º B.C. para
as localidade de
Lorena, SP (1919), Rio Claro, SP (1923),
São Paulo capital (1934) e, em 1935, para
Itapetininga, nesta cidade existindo até o ano
de 1947, quando foi declarado
sem efetivo. |
|
|| |
 |
Uma das companhias do 5º BC (1939) |
Fonte:
Acervo da Coleção
Veterano José Albino |
|
|| |
|| |
|||Segundo
o
Arquivo Histórico do Exército,
o primeiro comandante do 5º B.C. foi o tenente
coronel de infantaria Antonio Tomé Rodrigues,
que assumiu o comando em 5 de novembro de 1934 e o
com batalhão veio para Itapetininga a 5 de junho
de 1935, data da instalação do 5º BC no atual
prédio da DER.2., tudo por força do
Decreto do Poder Executivo
Federal nº 27 de 24 de Janeiro de
1935 (D.O.U. 31/12/1935). |
||| |
 |
A antiga enfermaria do 5º BC na década de 40 |
Fonte:
Acervo da Coleção Osvaldo de Souza Filho |
||| |
|| |
|||Já o
seu último comandante foi o tenente coronel de
infantaria
Edgard Baxbaum
que assumiu o comando em 15 de abril de 1946 e o
deixou em 14 de março de 1947. Em 31 de dezembro
de 1947, o 5º B.C. é declarado extinto. |
|||Não
obstante, cabe resgatar aqui o importante valor que
essa unidade teve para a cidade de Itapetininga,
porquanto foi nela que se deu a formação de
reservistas para o Exército nacional nos doze anos
anos em que nesta cidade ela funcionou. |
|||| |
 |
Cerimônia de Juramento à Bandeira no pátio de formatura do 5º BC
(década de 40) |
Fonte: Acervo Histórico do DER.2. |
|||| |
|||| |
|||De
fato, foram quase dez turmas de jovens
itapetininganos que ali prestaram o Serviço Militar,
sendo que
trinta e quatro
deles ingressaram voluntariamente na
Força Expedicionária Brasileira (F.E.B.)
com destino aos campos da Itália durante a Segunda
Guerra Mundial. |
|||| |
 |
Pátio de formatura do 5º BC: atual campo de futebol pertencente
ao DER.2 |
Fonte:
Portal Paulistas de Itapetininga |
|||| |
|||| |
|||Um
destes jovens foi
Victório Nalesso,
nascido em 4 de julho de 1922 e que prestou o
serviço militar em 1944 no 5º B.C.
como soldado de nº 983. Anos mais tarde, na década
de 50, Victório e seus companheiros veteranos
da II Guerra Mundial fundaram a
Associação dos Ex-Combatentes do Brasil - secção
Itapetininga, cuja entidade herdeira é
atualmente o
Portal dos Ex-Combatentes de
Itapetininga. |
||| |
|
Nalesso quando incorporou-se ao 5º BC em 9
de março de 1944 |
|
e
quando pracinha da FEB em setembro de 1945 |
Fonte: Livro
DIÁRIO UM COMBATENTE (2005) |
||||| |
|||Nos
anos que seguiram o término da Segunda Guerra
Mundial (8 de Maio de 1945), o 5º B.C.
já se encontrava em processo de transferência para
Lorena, SP e quando oficialmente deixou de existir
na cidade de Itapetininga, em 1947, o Exército
Brasileiro enviava para ocupar prédio por aquela
unidade deixado a 2º Companhia de Transmissões. |
||| |
||| |
||| |
 |
.: 2º Companhia de Transmissões :. |
|
(março de 1947 a dezembro de 1950) |
||| |
|||Segundo
estudo histórico realizado pelo
CCOMGEx relativo às origens
do
2ª Companhia de Comunicações Leve
(2º Cia Com L), chegamos a precisar o período
de estadia da
2º Companhia de Transmissões (2º Cia Trns) em
Itapetininga. |
||| |
 |
Frente da sede da 2º Companhia de Transmissão do Exército
Brasileiro |
Fonte: Acervo Histórico do DER.2. |
||||| |
|||Assim como o 5º B.C., a 2º Cia
Trns
originou-se de outra unidade, mais especificamente da 1º
Companhia de Transmissões do 1º Batalhão de Transmissões do Rio
de Janeiro, RJ (1935). |
|||Destacada desse batalhão em 1946, ela
recebeu a denominação de 2º Cia Trns ainda no Rio de Janeiro e
em março de 1947, ano que o 5º BC foi declarado sem efetivo,
ela veio para Itapetininga, aqui ficando até 1950 quando foi
transferida para Jundiaí, SP e de lá para Campinas, SP (1980)
onde atualmente existe sob a denominação de 2ª Companhia de
Comunicações Leve. |
|||O redator do jornal
FOLHA DE ITAPETININGA, o
jornalista Carlos José de Oliveira prestou seu Serviço
Militar na 2º Cia Trns em 1949 e não consegue esconder as
saudades dos tempos intensamente vividos nas dependências
daquele prédio que somente dali a 10 anos, em 1959, iria se
tornar a sede da DER.2.. |
|||A exemplo do 5º B.C., a 2º Cia
Trns também formou gerações de jovens itapetininganos que
nesta unidade prestaram o Serviço Militar inicial para a reserva
do Exército nacional. |
|||As lembranças desses tempos são objeto de
comemorações de quem os viveu até hoje.
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|||De fato, todos os anos, o Sr. Carlos José
de Oliveira
e companheiros que serviram na 2º Cia Trns em
Itapetininga, Jundiaí e Campinas se encontram nesta última
cidade para participarem da cerimônia de incorporação dos novos
soldados da 2ª Companhia de Comunicações Leve, bem com relembrar
os velhos tempos de soldados de
Rondon. Informações há de
que até um livro está sendo escrito sobre esta histórica
unidade.
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.: 2º Divisão Regional do Departamento de
Estradas de Rodagem :. |
(agosto de 1959 aos dias atuais) |
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|||Com a
transferência da 2º Cia Trns em 1950, o
prédio do nº 196 da rua general Carneiro permaneceu
desocupado por quase dez anos, até que a 15 de
agosto de 1959 ele novamente ganhou vida. |
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Placa da inauguração da 2º Divisão Regional do DER em 15 de
Agosto de 1959 |
Fonte:
Portal Paulistas de Itapetininga |
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|||Esses
quase 10 anos de inatividade cessaram quando o
engenheiro Dr.
José Sidney da Cunha, então diretor da 2º
Divisão Regional do DER (DER.2). para ali
recebeu a determinação de sediar a mesma, dado que
até então ela existia em três diferentes localidades
na cidade, nas ruas Quintino Bocaiúva, Pedro Marques
e Silva Jardim. |
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Vista aérea da 2º Divisão Regional do DER em 1970 |
Fonte: Livro "Itapetininga
antiga em fotos" (2009) p.222 |
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|||Com a mudança em definitivo da DER.2
para o nº 196 da rua general Carneiro, chegamos ao fim de nossas
pesquisas acerca do histórico desse prédio que inegável
patrimônio histórico se tornou para a cidade de Itapetininga.
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|||Com efeito, a história do DER.2.
confunde-se com a história de nossa cidade e mesmo vários de
seus ex-funcionários, entre eles,
Osvaldo Raphael Santiago
e
Francisco Vieira Trindade,
foram partícipes de movimentos revolucionários de grande impacto
para o Brasil. O veterano
Osvaldo Raphael Santiago,
por exemplo, fora motorista particular do Dr. José Sidney da
Cunha em inúmeras ocasiões. |
|||Diante do que aqui foi exposto, temos no
prédio do DER.2
não só um patrimônio físico, mas um registro indelével de
importantes momento da história da Itapetininga e do país.
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|||Iniciada a sua existência como casarão da
família do coronel Fernando Prestes de Albuquerque, onde se
formou a lendária
COLUNA SUL
que debelou os revoltosos de 1924, o prédio surgiu
para se tornar a sede do inclito 7º Batalhão de Caçadores
Paulistas da Força Pública do Estado de São Paulo, que nos
tempos da Revolução Constitucionalista de 1932 foi
aquartelamento de tropas do Exército Constitucionalista do
Setor Sul, para daí, posteriormente servir o Exército
Brasileiro sediando o
5º Batalhão de Caçadores (Infantaria) e a 2º Companhia
de Transmissões (Comunicações), unidades que ali existiram e
formaram gerações e gerações de jovens itapetininganos que não
só se tornaram uma reserva cidadã e patriótica, como também
souberam defender a honra de nosso país no teatro de operações
da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. |
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A
2º Divisão Regional do DER em Julho de 2011 |
Fonte:
Portal Paulistas de Itapetininga |
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.: O prédio da DER.2 nos 70 anos da F.E.B.
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|||Na
data de 4 de julho de 2014, ano comemorativo do 70º
aniversário da Revolução de 32, integrantes do
Portal dos Ex-Combatentes de
Itapetininga, o pracinha
Victório Nalesso
e representantes do Tiro de Guerra de Itapetininga
estiveram na sede do prédio do DER.2 e proferiram
discursos alusivos ao descerramento de placa alusiva
à condição de Quartel General do 5° Batalhão de
Caçadores do Exército Brasileiro, unidade de onde
pracinhas itapetininganos foram encaminhados para
integrar a
Força Expedicionária
Brasileira que partícipe for da
Segunda Guerra Mundial na Itália (1944-1945). O
vídeo a seguir resgata a homenagem prestada a esse
histórico prédio e o momento da inauguração da
placa. |
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Agradecimentos :. |
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|||Além das pessoas que já agradecemos no corpo
do texto que ora concluímos, há várias outras
pessoas que foram igualmente decisivas na realização
dessa pesquisa, cujos nomes é lícito que listemos a
seguir. |
|||De fato, encabeçando a lista encontra-se a
pessoa do Sr.
Edmundo José Vasques Nogueira, da Prefeitura
Municipal de Itapetininga, cuja sugestão que nos
deu de resgatar a história do 5º BC foi a
feliz idéia que motivou todo o projeto de pesquisa
sobre o prédio do DER.2 que aqui foi
consignado e que, para a nossa surpresa, muito mais
do que a história do 5º BC
nos propiciou ao investigar a história de vida dessa
lendária construção. |
|||Seguem agora aqueles que abriram as portas
de seus escritórios, no recesso de seus trabalhos,
entre eles o Ilmo. Sr. Alfredo Moreira de
Souza Neto, Diretor da Regional DER.2 que
gentilmente nos recebeu em seu gabinete e nos
facultou a devida autorização para o levantamento de
dados; a Srta Fabiana Maria Pontes Orsi,
secretária da Direção Regional do DER.2, que
desde o nosso primeiro contato ao telefone não
poupou esforços em nos ajudar; o Sr. Wilson
Rodrigues, funcionário com mais de 50 anos de
serviços prestados ao DER.2 e que também nos
forneceu detalhes por demais valiosos, bem como nos
facultar acesso as diversas localidades do DER.2.
para tirarmos algumas das fotos que este texto
ilustram, em especial, o Sr.
Manoel Henrique Santana, pessoa muito
atenciosa, profissional de escol e historiador
inconteste da Regional, o qual nos concedeu a
gentileza de apresentar toda a extensão do prédio e
suas diversas dependências, nos fornecendo nessa
visita informações e esclarecimentos que
contribuíram de maneira decisiva para a elaboração
desse texto. |
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Portal Paulistas de Itapetininga |
Sustentae o fogo que a Victória é nossa! |
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