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.: São Paulo concita seus filhos à luta :. |
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|||Vicente Scudeler
nasceu em Botucatu, São Paulo, a 7 de maio de 1903 e
ainda menino mudou-se com a família para
Itapetininga, onde passaram a residir em definitivo. |
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|||Afeito ao trabalho do
campo, desde cedo Vicente demonstrou habilidades
diversas, bem como inteligência avivada que o
possibilitou aprender e exercer uma diversidade de
profissões ao longo da vida, legando-as, inclusive,
aos filhos. |
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|CContava Vicente com 21 anos completos quando estourou a
Revolução de 1924,
cujos reflexos em Itapetininga resultaram na
arregimentação de milhares de voluntários civis sob
a liderança do Cel Fernando Prestes de Albuquerque,
então vice presidente (atual vice governador) de São
Paulo, ao lado de seu filho Júlio Prestes de
Albuquerque e de Ataliba Leonel. |
|||Três batalhões de
voluntários foram organizados, formando assim uma
brigada, então denominada de Coluna Sul, que tendo
por comandante o Coronel do Exército Franco
Ferreira, marchou em direção à capital paulista e
responsável foi pela libertação de cidades do
interior do estado no seu avanço para a capital. |
|||O Sr.
Alcindo Guanabara de Arruda e
Miranda e o professor
Francisco Fabiano Alves,
ambos contemporâneos de Vicente Scudeler em
Itapetininga, também fizeram parte desta coluna e,
como Vicente, foram também veteranos da Revolução de
1932. |
|||Entrementes, não há
junto à família Scudeler qualquer registro escrito
ou oral que confirme a participação de Vicente
Scudeler como voluntário de um dos três batalhões
que compuseram a Coluna Sul, mas é de se supor que
ele tenha sido, ao menos, testemunha ocular da
movimentação, do alistamento, da preparação e do
trânsito dos batalhões integrados por voluntários
itapetininganos e de munícipios da região, conforme
nos relata Edmundo Prestes Nogueira em seu livro
"Heroísmo Desconhecido" (Regional, 1987). |
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.: Um motorista do Comandante :. |
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|||Quando da
deflagração da Revolução Constitucionalista em 9 de
julho de 1932, contava Vicente com 29 anos de idade
e já mais experiente e amadurecido, exercia a
profissão de chofer de praça (atual taxista). |
|||Com efeito, a 11 de
julho de 1932, quando os primeiros batalhões
voluntários civis e militares do Exército e da Força
Pública estavam sendo organizados em Itapetininga,
cidade sede do Quartel General do
Exército Constitucionalista do
Setor Sul, Vicente não hesitou em
atender a convocação de motoristas habilitados para
a grande frota de caminhões em arregimentação que o
transporte dos vários batalhões em formação iria
requerer. |
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|||Segundo relataram
seus filhos Carlos Scudeler e Antonio Vicente
Scudeler, dada sua atividade profissional de chofer
de praça, Vicente foi incorporado ao Exército
Constitucionalista do Setor Sul na condição de
soldado motorista, sendo então classificado para
atuar como motorista à disposição do Quartel
General, sediado na então Escola Estadual Peixoto
Gomide, operando por vezes não só no transporte de
tropas, como também de alimentos e medicamentos às
populações refugiadas que afluiam de todas as partes
do setor em direção à Itapetininga. |
|||Contudo, foi na
condição de motorista do Q.G. que Vicente conheceu e
por várias vezes transportou o coronel do Exército
Brasilio Taborda,
comandante do Exército Constitucionalista do Setor
Sul, cujas unidades combatentes integrantes, nos
quase noventa dias de luta pela Constituição, pela
Liberdade e pela Democracia, realizaram prodígios de
bravura e heroísmo nos combates ocorridos nas
trincheiras, capões e rios de Itararé, Guapiara,
Buri, Capão Bonito, Rio das Almas, Capela dos
Ferreiras, Taquaral Abaixo e Paranapanema, entre
outras localidades do setor. |
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Nas
trincheiras
do Setor
Sul |
Foto. A Revolução de 32 (1982) |
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|||Dos horrores e
sacrificios que vivenciou em campanha, Vicente muito
pouco compartilhou ao longo dos anos com a esposa
Assunta Franci Scudeler e os cinco filhos José
Scudeler, Carlos Scudeler, Luiz Scudeler, Aparecida
Scudeler e Antonio Vicente Scudeler. |
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Honrarias recebidas por Vicente Scudeler |
Imagem.
Acervo Histórico da ALESP |
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|||No entanto, da sua
participação que nela ocorreu de fio a pavio e na
condição de voluntário soldado motorista, foi
Vicente condecorado com a
Medalha da Constituição
e com a
Medalha do Cinquentenário
da Revolução Constitucionalista de 1932,
duas distintas honrarias que seus filhos, netos e
bisnetos hoje detém como atestado inconteste de que
seus feitos e sacrifícios na epopeia de 32 não foram
em vão, nem tampouco deverão ser esquecidos. |
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Vicente
Scudeler em 1963, aos 60 anos |
Foto. Arquivo de Família |
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.: Família e Legado :. |
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|||Nos anos que se
seguiram à sua participação na revolução
constitucionalista, Vicente retomou a profissão de
chofer de praça e ao seio de sua crescente família,
cuja manutenção requereu que diversificasse as
profissões que viria a ter, dentre elas a de
tapeceiro, a qual por décadas exerceu em conjugado
com a de administrador do matadouro da Prefeitura
Municipal de Itapetininga, cargo em que veio a se
aposentar nos anos 50. |
|||Em 30 de janeiro de
1968, aos 65 anos por completar dali a quatro meses,
Vicente Scudeler veio a falecer, deixando além do
nome honrado aos seus descendentes, o exemplo de
civismo e de cidadania que testemunhou na Revolução
Paulista de 1924 e colocou a prova nos campos de
combate e no atendimento aos refugiados durante o
maior movimento cívico da história do Estado de São
Paulo, a Revolução Constitucionalista de 1932. |
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Carlos Scudeler e
Antonio Vicente Scudeler |
Dezembro 2019 |
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